Uma �tica peculiar

Como vimos, o governo americano alerta: invadir o espaço digital dos EUA pode resultar em retaliação armada. O ciberataque pode ser considerado sabotagem internacional, terrorismo, o diabo a quatro. E aí o xerife se dá o direito de declarar guerra ao país onde se originou a invasão.

Mau negócio. Conheço um garoto que, depois dessa, ficou muito curioso para ver se isso vai funcionar. Disse que, se fosse hacker, tentaria invadir o Pentágono. Seria uma invasão técnica, apenas por curiosidade, e não por interesse específico em desmantelar a paz mundial (algo de que os EUA não entendem).

O problema é que, quando querem inventar um motivo para criar uma guerra – e mover a economia – os EUA não hesitam em ver a realidade sob sua ótica peculiar. Basta citar que eles garantiram, juraram de pés juntos, que a existência de armas de destruição em massa justificaria a ação militar contra o Iraque. Lembro que tinham descoberto até gigantescas estruturas subterrâneas poderosíssimas etc. Até hoje, nada (mas estou longe de defender o Iraque, claro).

E quem garante que os EUA descobririam corretamente a origem de determinados ataques? E se o país A do Norte invadir os computadores do Pentágono jogando a culpa para cima de seu inimigo A do Sul? E se os ataques forem criados internamente (maldade pensar nisso)? E e e? Muitas perguntas. Alguma resposta?

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No post anterior aqui do Conexão, o leitor Ptks Sm escreveu que o WikiLeaks ainda deve ter muitos segredos guardados sobre as multinacionais – e que, portanto, ainda há muita coisa a ser dita.

Sem dúvida, Ptks, sem dúvida. O WL certamente já armazenou milhares de documentos sobre as empresas privadas de todo o planeta. Já jogou no ventilador algumas denúncias, por exemplo, contra bancos. E vai divulgar muito mais quando lhe parecer conveniente.

O que tem me deixado intrigado é que o WL está meio fora de cena. Decidiu deixar a poeira baixar. Ou viu que está lidando com interesses da pesada. Compasso de espera?

Enquanto isso, alimenta sua fama de instituição midiática por excelência, com um líder decididamente carismático, à frente de uma equipe competente e disposta a salvar a humanidade. Ou não?

O site, aliás, também vende guarda-chuvas, bonés, bolsas, casacos e camisetas by WikiLeaks – com alguns modelos estampando a cara do chairman, o Julian Assange. A renda obtida com a venda desse material ajuda a manter a operação da casa.

Tomara que dê certo. Mas imagine quantas camisetas eles precisam vender para sustentar uma infraestrutura como a do WikiLeaks… Quem estiver interessado pode espiar em http://wikileaks.spreadshirt.com.

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