Para novo presidente, Telebr�s deve ampliar atua��o no atacado

A mudan?a no comando da Telebr?s, com a sa?da de Rog?rio Santanna oficializada na reuni?o do Conselho de Administra??o da estatal nesta quarta-feira, 1?/6, marca, em mais de um sentido, uma aproxima??o da empresa com o setor privado. O novo presidente, Caio Bonilha, at? ent?o diretor comercial da Telebr?s, tem larga experi?ncia no mercado e ideias um pouco diferentes do engenheiro Santanna sobre a atua??o da empresa.

Elas podem ser descritas especialmente em dois pontos destacados por Bonilha sua primeira entrevista no novo cargo. De pronto, ele rejeita qualquer atua??o da estatal no varejo – quest?o que, justi?a seja feita, jamais figurou entre as principais linhas de atua??o da reestruturada Telebr?s, mas que foi prevista em Decreto presidencial at? pela quest?o estrat?gica de pressionar o mercado privado.

A segunda diferen?a, por?m, poder? ter impacto mais significativo, a depender da rea??o do pr?prio mercado. Segundo o novo presidente, a Telebr?s vender? capacidade de rede no atacado mesmo para aqueles clientes que n?o adotarem os termos para a venda aos consumidores nos moldes do PNBL – de acesso a R$ 35 para conex?es de 1 Mbps.

"Teremos o pre?o diferenciado para aqueles que atenderem as imposi??es da Telebr?s, mas vamos vender para quem quiser. Aqueles que n?o quiserem fazer parte do programa tamb?m poder?o comprar capacidade, mas nesse caso vamos aplicar os pre?os de mercado", explicou Bonilha.

O valor a ser cobrado pelo Mbps dentro das linhas do PNBL ainda ? objeto de discuss?o na empresa. Inicialmente, o projeto previa o pre?o de R$ 230 para a contrapartida de acesso final a R$ 35, mas de 512 kbps. Com a orienta??o do Pal?cio do Planalto para que n?o sejam comercializadas conex?es inferiores a 1 Mbps, a equa??o precisa ser revista.

"O valor de R$ 230 vai cair, mas ainda estamos definindo. De qualquer maneira, acredito que mesmo com o pre?o menor haver? equil?brio, porque o volume maior de venda de capacidade vai compensar", acredita Bonilha. At? aqui, nas contas do novo presidente, a Telebr?s j? tem demanda para vender, pelo menos, 30 GB. "Mas muitos provedores s? est?o nos procurando agora", emenda.

Segundo ele, a mudan?a na empresa vem no momento em que nas atividades da Telebr?s deixam a etapa pr?-operacional para a operacional – at? porque Santanna deixa o cargo com as quest?es relativas ? rede resolvidas e praticamente na v?spera do in?cio das opera??es. "Haveria naturalmente uma presen?a maior da parte comercial do que da de engenharia", avalia.

Rela??es

Caio Bonilha vai convidar a presidenta Dilma Roussef para o in?cio da primeira conex?o do PNBL, no fim deste m?s, que ele acredita se dar? em Santo Ant?nio do Descoberto (GO), cidade no entorno do Distrito Federal. A partir da?, uma sucess?o de novas cidades deve acontecer rapidamente, com o progresso das instala??es no backbone partindo para o sul, em dire??o a S?o Paulo, e nordeste, at? Fortaleza (CE).

Al?m de simb?lico, o convite a Dilma ? em si mesmo um agradecimento pela indica??o para o cargo – uma vez que a pretens?o do ministro Paulo Bernardo, ao fazer a mudan?a, era deslocar para a Telebr?s o secret?rio executivo do Minicom, Cezar Alvarez. Foi o Planalto quem preferiu Bonilha.

As boas rela??es do executivo com a presidenta – h? alguns meses ele j? era o interlocutor preferencial de Paulo Bernardo e da pr?pria Dilma com a Telebr?s – podem ser um alento se a estatal, enfim, conseguir a libera??o dos recursos que, prometidos desde o ano passado, ainda n?o chegaram aos cofres da empresa.

No Minicom, alimenta-se a vers?o de que as reclama??es pela falta de recursos marcaram os "conflitos" entre Rog?rio Santanna e o ministro Paulo Bernardo – ainda que o pr?prio Caio Bonilha afirme que “n?o fosse o impacto do que estava fora do nosso controle, j? estar?amos em opera??o”.

Santanna, no entanto, acredita que foi a inflex?o que o governo resolveu dar no PNBL, de maior proximidade com as teles, que selou seu destino. "? medida em que o trabalho do PNBL ia se aproximando dos interesses das empresas de telecomunica??es do Brasil, a minha rela??o com o ministro foi se deteriorando", admite, para completar: "H? uma clara orienta??o do governo de aproximar-se das empresas de telecom".

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